quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Histórico da Caminhada em Homenagem aos Mestres\as da Tradição Afro-brasileira


Apresentação

A Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-brasileira – é uma atividade proposta pela Associação Cultural Mestre Bimba, por meio do Afoxé Omo Odé vinculado Ilê Ase Oju Odé, em parceria com diversas entidades da sociedade civil, grupos de capoeira angola e regional, grupos musicais e teatrais, agentes culturais, pontos de cultura, mestres(as) e organizações do movimento negro de Goiânia e Goiás.
Sua realização em nove edições firma o evento como uma das atividades que se consolida na agenda cultural de Goiânia e que movimenta o imaginário coletivo de diversos agrupamentos espalhados pelo Brasil, no que se refere ao registro, a preservação, a difusão e a valorização da herança da cultura afro-brasileira, que se apresenta de caráter imaterial, e material, que é infinitamente importante para construção da história e da sociedade brasileira.
O legado do povo negro é composto pelo entrelaçamento de ancestralidades que compõem a cultura afro-brasileira e afro-goiana. Isso nos motiva em estabelecer conexões entre nomes que vivem na nossa memória coletiva – nomes que se cruzam como os de Mestre Bimba, e Pai João de Abuque. Lideranças que deixaram a sua marca na história de Goiânia, sendo esses a própria história na força e na resistência da tradição ancestral – mestres e griôs que fazem o movimento negro de homens e mulheres que contribuíram e contribuem com a cultura goiana.
Nesses entrelaçamentos e cruzamentos, a Caminhada celebra também a trajetória de Mestre Pastinha (mestre guardião da capoeira angola). Mestre Bimba que é sem dúvida uma figura que influencia a trajetória de tantos outros capoeristas e Pai João de Abuque que é o primeiro ancestral do candomblé goiano, todos esses que tem nas suas origens, raizes e trajetória uma filosofia de vida, voltada para a valorização e preservação das tradições de matriz africana.

Ano 2017

 Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-brasileira-Comunidade, bravura e resistência.



           A 9ª Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-Brasileira é a genuína expressão da resistência negra em Goiânia, festejada com música, dança e fé. O evento aconteceu no dia 16 de setembro de 2016, no Jd. Botânico - Setor Pedro Ludovico, em Goiânia, contou com apresentações musicais dos Grupos Muzenza Beat, Reggae-Ragga (Rodrigo Kaverna) e roda de capoeira comandada pelo Mestre Guaraná e o grupo Kalunga de capoeira, com a presença e apoio de vários grupos da capoeira regional e angola, de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Limeira-SP. Além do habitual cortejo conduzido pelo Afoxé Omo Odé. O evento contou com o numero estimado de 300 pessoas, sendo adeptos de Umbanda, Candomblé e outras religiões de matriz africana, junto com a comunidade em geral.
           O fundamento da primeira edição da caminhada é uma tríade que sustentou todas as edições posteriores e é reverenciada até hoje. Ela é formada por pai João de Abuque, primeiro ancestral do candomblé goiano; Mestre Bimba, criador da capoeira regional e Mestre Pastinha, guardião da Capoeira Angola. São eles os griôs, que em suas trajetórias de vida mantiveram os costumes, tradições e histórias do povo negro. Assim, os mestres são reverenciados em cada caminhada e outros representantes importantes são escolhidos para receberem a homenagem do povo de Axé.O tema da caminhada é que guia a escolha dos homenageados de cada edição, este ano o tema abordou valores e princípios da tradição afro-brasileira, a comunidade, bravura e resistência.  É com essa filosofia que a 9º edição da caminhada homenageou, a zeladora de Umbanda Mãe Iva e o Mestre de Capoeira Zumbi in Memoria.



























           Ano 2016

8ª Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-Brasileira
 Não esqueça o passado, ele é importante para o presente e para o futuro.



Por Lohana Kárita
A 8ª Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-Brasileira é a genuína expressão da resistência negra em Goiânia, festejada com música, dança e fé. O evento que acontecerá no dia 17 de setembro de 2016, a partir das 16h no Jd. Botânico - Setor Pedro Ludovico, conta com apresentações de capoeira, dança e hip hop, além do habitual cortejo conduzido pelo Afoxé Asé Omo Odé. Adeptos de Umbanda, Candomblé e outras religiões de matriz africana são presenças que compõem, junto com a comunidade em geral, esse fio de contas cheio da beleza de quem luta, reza e canta ao mesmo tempo.
         O fundamento da primeira edição da caminhada é uma tríade que sustentou todas as edições posteriores e é reverenciada até hoje. Ela é formada por pai João de Abuque, primeiro ancestral do candomblé goiano; Mestre Bimba, criador da capoeira regional e Mestre Pastinha, guardião da Capoeira Angola. São eles os griôs, que em suas trajetórias de vida mantiveram os costumes, tradições e histórias do povo negro. Assim, os mestres são reverenciados em cada caminhada e outros representantes importantes são escolhidos para receberem a homenagem do povo de Axé.
O tema da caminhada é que guia a escolha dos homenageados de cada edição, este ano o tema é um Adinkra¹ chamado Sankofa, que significa “não esqueça o passado, ele é importante para o presente e para o futuro” e relembra a importância do respeito aos saberes e valores tradicionais, aprendizado que possibilita a criação de um novo presente e futuro.  É com essa filosofia que a 8º edição da caminhada homenageia a ativista Marta Cezaria de Oliveira, a zeladora de Umbanda Rosalina Moreira dos Reis e o sacerdote de Ifá Miguel Solon Awo Ifaseun.   
Proposta pela Associação Desportiva e Cultural Mestre Bimba, Afoxé Asè Omo Odé, Fórum de Religiões de Matriz Africana e Ylê Asè Oju Odé, a 8º caminhada dos Mestres e Mestras da tradição afro-brasileira é o lugar de encontro para as pessoas que compartilham e admiram esse legado cultural. Nesses sete anos de valorização da herança afro-brasileira, o evento consolida-se como ambiente de difusão, estímulo e preservação da identidade negra de Goiânia.
Ao homenagear os mestres e mestras, celebrar a cultura e trazer visibilidade para as religiões de matriz africana e comunidades que as compõem, a caminhada configura-se também como luta contra o preconceito e o racismo religioso. Quem comparecer ao evento poderá sentir a força e a beleza da ancestralidade negra.
¹ Sistema de símbolos utilizado para transmitir ideias, presente em países do Oeste da África.

Homenageados\as

 Marta Cezaria de Oliveira 
Marta Cezaria de Oliveira, natural de Caçu, é mulher negra, feminista e militante ativa em prol dos direitos da população negra. É criadora dos grupos de mulheres negras Dandara no Cerrado e Negras Malunga, desenvolvendo trabalhos com a comunidade no centro-oeste, em Goiás e nas comunidades quilombolas.
A força e coragem de Marta Cezaria se expressam em ações que criam e promovem a autonomia das mulheres negras, a saúde do povo negro, o cuidado do meio ambiente, a igualdade racial e a liberdade religiosa. Ela é uma das homenageadas da 8ª Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-brasileira, e nos mostra que a luta por direitos é uma herança ancestral que deve ser perpetuada.

 Rosalina Moreira dos Reis
Rosalina Moreira dos Reis, natural de Avelinópolis, é servidora pública e diretora espiritual do Centro Espírita José Baiano.  Trabalhou na área da saúde, da educação e da promoção social e dedicou sua vida ao trabalho no Centro Espírita José Baiano, fundado por ela em 1992.
Realiza trabalhos de assistência social, voltados principalmente para o atendimento das necessidades básicas de famílias carentes e para a luta pelos direitos da comunidade. No Centro Espírita José Baiano, Rosalina busca promover a igualdade social, o respeito e o auxílio às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social.  Sua vida é um exemplo de luta individual e coletiva, perseverança e dedicação. Ela é uma das homenageadas da 8ª Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-brasileira.

Miguel Solon Awo Ifaseun
Miguel Solon Awo Ifaseun, natural do Rio de Janeiro, é professor de educação física, profissional de marketing e sacerdote de Ifá. Em 1991 foi iniciado como Onilú de Osun, sendo descendente do Axé Yá Nassò Oká, Casa Branca do Engenho Velho, e assumindo o Oye de “Oju Otun Oyá”, da casa de Babá Beto de Oyá, na Piedade/RJ. 
Há 24 anos descobriu seus caminhos em Ifá e iniciou uma jornada de estudos sobre africanidade e sobre Ifá. Reside em Goiânia há 16 anos, onde fundou a Egba “Mògàjí Ifá (Comunidade Herdeiros de Ifá/GO). Desde 2001 atua atendendo pessoas e as orientando nos caminhos de Ifá, junto com a sua esposa e sacerdotisa Iyanifá e Iyaoloorisá Ifatunmise Olusolá Ogunsi. Miguel é um sacerdote dedicado à preservação e divulgação do Ifá em Goiânia e é um dos homenageados da 8ª Caminhada em Homenagem aos Mestres e Mestras da Tradição Afro-brasileira.













Ano 2015

 Caminhada em Homenagem aos Mestres\as da Traição Afro-Brasileira
Ori, reverência e tradição