A caminhada homenageia permanentemente três grandes mestres: Pai João de Abuque,
como o primeiro ancestral do candomblé goiano; Mestre Bimba, como ícone do
reconhecimento da capoeira regional e Mestre Pastinha; considerado o guardião
da capoeira angola, formam o trio de mestres griôs que são homenageados desde
a primeira edição. Neste ano o evento foi realizado no dia 13 de setembro em Goiânia
em frente o Jardim Botânico e homenageou duas lideranças da religiosidade
afro-brasileira, referenciando seus reconhecidos trabalhos em prol da cultura afro-brasileira.
Sobre os Homenageados:
Mulher negra, nascida em Uberaba-MG, 59 anos. Criada em Anápolis, graduou-se em
pedagogia, casada, 2 filhos do coração, amados e queridos.
Está imersa na religião de matriz africana há 50 anos, pois iniciou ainda criança, onde
encontrou saúde, prosperidade e sabedoria para entender que o próximo geralmente
está ao lado, e um olhar atencioso e com carinho pode ser o que ele precisa.
Em 1994 realizou a primeira festa de Natal para a comunidade do Terreiro que fazia
parte, ajudando assim várias famílias carentes com cestas básicas e brinquedos.
desenvolvendo várias ações sociais, dentro e fora do Terreiro, com a ajuda de seu esposo,
o Sr. Almir. Vem desenvolvendo também projetos sociais que, cada dia mais, tem ajudado
o próximo. Tem assistido 110 famílias, apoia aldeias indígenas do Alto Araguaia, está
implementando uma brinquedoteca em Guiné-Bissau, além de ter desenvolvido várias
ações na pandemia fornecendo café da manhã e jantares para moradores de rua. Como
efeito colateral, tem conseguido despertar nos patrocinadores e colaboradores o vigor
para a solidariedade.
Seu envolvimento com o combate ao racismo e a valorização da cultura afro brasileira
veio da percepção que teve, ao se tornar dirigente e formar a sua comunidade, dos
descasos e desrespeito que a comunidade preta e pessoas mais humildes recebem no
contexto social.
Em sua luta constante, está na sua programação a aquisição de uma sede própria para
que possa desenvolver os projetos e cursos de capacitação e apoio para estas famílias.
Este ano completa 30 anos do projeto de Natal. Projeto este que conta com poucos, mas
valorosos parceiros. Em 2024 foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa, pela
sua luta e dedicação.
É a idealizadora e uma das fundadoras da Associação de Mães e Pais de Santo de
Anápolis, entidade que visa congregar as Casas de Axé anapolinas e região. E neste viés,
tem se destacado como ativista da defesa da cultura afrobrasileira e das religiões de
matriz africana.
São estas suas palavras que resumem a sua trajetória: sou grata por tudo que consegui
até hoje. Tenho orgulho e satisfação no que faço. Ajudar ao próximo é ajudar a mim
mesma.
A trajetória religiosa de Hugo Maurício teve início em 2003, quando deu os primeiros passos dentro da Umbanda, tradição que passou a nortear seu caminho espiritual.
Em 2009, consolida-se como sacerdote de Umbanda e funda a Casa de Chico Preto, instituição na qual atua até hoje, comprometido com o fortalecimento e a preservação das tradições afro-brasileiras.
Durante 9 anos atuou como professor de línguas portuguesa, espanhola e inglesa, experiência que contribuiu para a sólida bagagem intelectual que acompanha sua atuação comunitária e religiosa. Em 2012, encerra suas atividades em sala de aula para dedicar-se exclusivamente ao sacerdócio.
A partir de 2013, aprofunda-se nos Cultos Tradicionais de Orixá e Ifá, ampliando seu trabalho em defesa dos direitos dos povos de terreiros.
No ano de 2018, intensifica suas ações no cenário cultural, incentivando e promovendo diversas manifestações como capoeira, samba de roda e afoxé. Membro fundador e vice-presidente da Associação de Mães e Pais de Santo de Anápolis, desde 2023, segue na luta contra a intolerância e o racismo religioso. No mesmo ano, realizou o projeto Samba e Saberes, com oficinas de trabalhos manuais, oficinas de autoconhecimento e atividades de corte e costura de roupas de santo, fortalecendo a identidade cultural e comunitária.
Em 2024, formou-se capelão, ampliando seu compromisso com o cuidado integral ao ser humano e recebeu o título de Doutor Honoris Causa, reconhecimento de sua relevância espiritual, social e cultural para a comunidade.
Atualmente, exerce também a função de gestor do Ponto de Cultura Onã L’ayó – Casa de Chico Preto, reafirmando seu compromisso com a valorização da cultura afro-brasileira, das expressões populares e da preservação das tradições de matriz africana em Anápolis e em Goiás.
Realização: Ponto de Cultura Mestre Bimba
Pnab- Ações continuadas Pontos de Cultura de Goiânia
Parcerias: Forum de Religiões de Matriz Africana do Estado de Goiás, Yle Ase Oju Ode
Afoxe Omo Ode, Ponto de Cultura Colettiva Preta, Batucage na Serrinha,
Casa de Chico Preto- Anapolis,Terreiro Pai Mateus de Angola- Anápolis
Este projeto foi contemplado pelo edital PÚBLICO Nº 013/2024
DE FOMENTO A PROJETOS CONTINUADOS DE
PONTOS DE CULTURA DA CIDADE DE GOIÂNIA.
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